Mistério

Estudante da UFPel segue desaparecida

Polícia Civil garante que até o momento não há indicativo de existência de crime

Segue o mistério sobre o paradeiro de Mirella Pinto da Mota Gomes, 18. Há um mês, familiares e amigos perseguem respostas que levem ao destino da estudante de Nutrição da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que desceu em frente à Faculdade de Medicina (Famed) para mais uma manhã de monitoria e nunca mais foi encontrada. Ao conversar com o Diário Popular na tarde de ontem, o pai da jovem, Eli Mota, 64, foi enfático: "Ela vai aparecer. Os olhos de Deus estão em algum ser humano, que irá enxergá-la".

A Polícia Civil investiga o caso. Apesar de trabalhar com várias hipóteses, até o momento não há indicativos de existência de crime - confirma o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Félix Rafanhim. Para os mais chegados, é justamente o comportamento extremamente regrado que a adolescente sempre adotou que torna o desaparecimento desesperador. Intrigante.

A acadêmica é conhecida pela conduta comprometida. Dedicada aos estudos. Exigente. Desde os tempos dos Ensinos Fundamental e Médio, na Escola Erico Veríssimo, onde estudou por 11 anos. "Ela jamais faltaria uma monitoria. Ela é do tipo que ia fazer uma prova mesmo com chuva ou doente", conta o pai. E para segurar a angústia, agarra-se aos ensinamentos do Seicho-No-Ie, para manter o que chama de bagagem mental, que o permita estabelecer - através do amor - conexão com a filha. Uma intuição que o faz afirmar, com confiança: "A Mirella está viva".

Uma rede de apoio
Cartazes seguem espalhados por diferentes pontos da cidade, com o mesmo apelo: a comunidade pode colaborar nas investigações. Integrantes da família, moradores de São Paulo e do Paraná, inclusive, vieram ao Estado para se juntar às buscas. Contatos com familiares em Rio Grande, Porto Alegre e Camaquã também são trocados, constantemente, mas até agora não chegou nenhuma novidade.

Desde a manhã daquela sexta-feira, 27 de julho, Mirella não se comunica. Por volta do meio-dia, quando o pai deveria receber ligação para buscá-la na Famed, o telefone já não tocou. Começava, ali, uma longa e dolorosa série de indagações. Todas sem respostas. Afinal, a jovem não costumava andar sozinha.

A irmã gêmea, Mariana, é incansável nas buscas. Apenas ontem retornou às aulas no curso de Biotecnologia da UFPel, mas não passou bem e precisou ir embora. "Sempre que nos perguntavam se dava trabalho ter gêmeas, a gente dizia que não. Não dá para imaginar uma sem a outra", desabafa Eli Mota.

Colabore!
Mirella Pinto da Mota Gomes, 18, tem cabelos castanhos compridos e estatura baixa: mede 1,55 metro. Naquela manhã estava com o cabelo preso, vestia jaqueta cinza, lenço lilás, calça azul marinho larga, botas da cor marrom e usava bolsa preta. A estudante do 3º semestre também carregava o jaleco da Faculdade de Nutrição, com o nome bordado. Mais informações podem ser repassadas pelos telefones (53) 99987-0763 e 98135-1903.

A atuação da Polícia
A equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa aguarda informações da análise do computador da jovem. Observações de imagens de câmeras não contribuíram; alguns equipamentos instalados na Faculdade de Medicina sequer funcionam. Um trabalho unificado com policiais civis de outras cidades, além de órgãos como a Brigada Militar (BM) e o Corpo de Bombeiros contribuem nas diligências.

O delegado Félix Rafanhim prefere, entretanto, não detalhar hipóteses cogitadas. Limita-se a afirmar que todas as possibilidades são analisadas. "Até o momento não temos nenhum indicativo de existência de crime".

Para o pai de Mirella Gomes, o momento é de fé: "Acreditamos na inteligência da Polícia, que terá instrumentos e aparatos para encontrá-la", destaca. E vai além: "Não tem um cantinho que não tenha um ser humano". Um cidadão que possa colaborar para um desfecho feliz.

 

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